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28 de set. de 2012
Campo Magnético do Sol
Este assunto me fez " viajar", desde o último final de semana, quando tive a satisfação de ouvir em uma conversa informal, assuntos que vem sendo estudados atualmente por astrônomos do Observatório Nacional no RJ. A conversa foi muito estimulante, e pedi ao amigo que escrevesse um pequeno resumo do que havíamos conversado, e posto aqui para refletirmos à respeito.
Os campos magnéticos existem em todos os lugares porque eles são gerados por elétrons em movimento. Quando os elétrons giram na mesma direção, então temos um imã. Quanto mais alinhados eles giram, mais poderoso é o imã. Os médicos tiram partido disto nos aparelhos de ressonância magnética que conseguem alinhar os elétrons e fazer imagens nítidas do interior do corpo humano.
A Terra também tem um campo magnético formado pelo movimento do magma em seu interior que carrega torrentes de elétrons. Este campo é muito salutar para os seres vivos, porque protege a atmosfera da Terra de ser invadida por partículas que podem causar danos à biosfera. Muitos seres vivos se orientam pelo campo magnético da Terra, pássaros migratórios, insetos e até mesmo mamíferos. Há biólogos que estão pesquisando se há alguma influência das explosões magnéticas do Sol na orientação dos golfinhos.
O Sol tem um campo magnético muito mais intenso que o da Terra. As regiões do equador do Sol giram dando uma volta em vinte e cinco dias, mas as regiões das altas latitudes completam a volta em vinte e sete dias. Esta diferença cria um caos em no campo magnético do Sol, fazendo com que ele saia de um período de calmaria e passe por momentos de extrema atividade e retornando depois ao período calmo. O ciclo total dura em média onze anos e é conhecido como ciclo magnético solar. Durante o período de maior atividade as linhas de força do campo magnético do Sol podem se embaralhar e criar um campo complexo e muito deformado. Em alguns pontos podem surgir alças que formam grandes arcos. Nestes pontos aparecem manchas escuras conhecidas como manchas solares. Desde os tempos de Galileu os astrônomos contam diariamente o número de manchas. Sabem que quanto mais manchas, maior é a atividade magnética do Sol, quanto menos manchas, menor é sua atividade.
Algumas das maiores manchas solares têm as linhas de força do campo magnético tão emaranhadas que acabam interagindo fortemente. Isso provoca um fenômeno extremamente violento conhecido como recombinação magnética. Na recombinação magnética há uma explosão que expulsa bilhões de toneladas de matéria do Sol com velocidades próximas a mil quilômetros por segundo. Quando uma destas explosões ocorre num local onde a coroa do Sol exibe um buraco conhecido como buraco coronal, a explosão encontra caminho ainda mais fácil para jogar a matéria no espaço. Estas explosões são conhecidas como Flares solares. Durante os períodos de maior atividade magnética solar, ocorrem constantemente Flares, a maioria deles de intensidade fraca, alguns porém são muito fortes. Quando um Flare muito intenso explode na direção da Terra pode haver sérias consequências. Os equipamentos eletrônicos dos satélites de comunicação podem sofrer avarias, as comunicações por rádio são perturbadas e em casos mais extremos os equipamentos elétricos e eletrônicos na Terra podem ser afetados. Sabe-se que um Flare solar causou um apagão elétrico no Canadá o qual danificou fatalmente um transformador da companhia elétrica. Durante um máximo de atividade magnética que ocorreu em 1861 um Flare solar derrubou centenas de linhas de telegrafo. Se um Flare da mesma magnitude ocorresse hoje em dia haveria uma catástrofe elétrica no planeta.
Os ciclos do Sol são diferentes, uns são mais longos chegando a quatorze anos, outros são mais curtos com apenas nove anos. Alguns são mais fracos com um atividade magnética menor. Outros, porém têm um número muito grande de manchas e uma atividade magnética muito intensa em seu pico. A atividade solar segue ainda períodos mais longos, há épocas como a segunda metade do século vinte em que todos os ciclos solares foram muito intensos e há outras épocas em que vários ciclos seguidos são bem fracos. O período mais fraco que se registrou é o chamado Mínimo de Maunder, um período de setenta anos entre 1675 e 1745 no qual as manchas solares não apareceram. Este período ocorreu na chamada Pequena Era do Gelo, quando a Europa registrou temperaturas muito baixas e a ausência de verões. Outro período de mínimo de atividades magnéticas do Sol é conhecido como Mínimo de Dalton, bem mais curto, e ocorreu no início do século dezenove. Temperaturas mais baixas na Terra também foram registradas neste período.
Após cinco ciclos muito intensos no final do século vinte, registrou-se um ciclo mais fraco que foi o último ciclo. E o atual ciclo tem sido ainda mais fraco. Estamos perto do máximo do ciclo e a contagem de manchas continua baixa. Há estudos que indicam um mínimo ainda mais profundo na atividade magnética solar nos próximos anos, com a provável não ocorrência de manchas no próximo ciclo. A minha equipe de pesquisas mede o raio do Sol e um dos resultados de nossos estudos diz que o raio do Sol varia inversamente com os longos períodos magnéticos do Sol. Quando o Sol atravessa vários ciclos de intensa atividade o seu raio parece diminuir e quando o Sol atravessa longos períodos de baixa atividade seu raio parece aumentar. Nós estamos medindo atualmente um aumento do raio do Sol, o que significa que o Sol vai passar por um tempo de baixa atividade magnética.
Há pesquisadores que não acreditam no chamado aquecimento global, dizem que o calor atual é resultado da atividade magnética do Sol e já atingiu o seu máximo e agora está regredindo e vai dar vez a uma época de frio. Um destes pesquisadores diz que a atividade magnética do Sol protege nosso planeta de raios muito energéticos que vêm de fora do sistema solar. Estes raios atuam na formação de gotículas e produzem nuvens. Quando há mais nuvens a Terra reflete a luz do Sol e os oceanos não se aquecem. Os oceanos são os reguladores do clima na Terra. Oceanos frios trazem frio para todo o planeta, oceanos quentes trazem calor. Entretanto este fenômeno é lento e leva décadas para se manifestar e por isso o calor gerado com os últimos ciclos magnéticos mais intensos do Sol ainda está muito aparente, mas não vai demorar muito para as décadas mais frias chegarem.
Sérgio Boscardin- Doutor em Astronomia
sergio.boscardin@on.br
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